Capítulo Treze Por mais louco que isso soava, eu sabia o que Reece precisava fazer. Quando tudo aconteceu com Charlie, havia tanta coisa presa junto com a frustação que nasceu de não poder ajudar e a única coisa que me fazia escapar era pintar. As vezes isso não era suficiente e eu enchia a banheira, entrava debaixo da água e gritava. A frustração tinha crescido a níveis horríveis, uma vez que Charlie começou a divagar para nada mais do que a sombra de uma pessoa viva. Reece tinha sentido isso essa noite. Havia vida em um momento e, um segundo depois, ela tinha sumido. Como um trem saindo dos trilhos. Ele não tinha conseguido fazer nada para impedir. Ele usava a mesma frustração, o mesmo desamparo que eu senti com Charlie, e eu entendi a necessidade... quase algo intuitivo de se lembrar de que você está vivo. Reece me beijou novamente e se eu achava que já estava com meus sentidos aguçados antes, eu estava errada. Esse beijo me deixou brava e necessidade em um nível quase doloroso. Sua mão deslizou em meu cabelo, desfazendo o coque. Meu cabelo caiu enquanto ele passava os dedos pelo meu couro cabeludo. Ele inclinou sua cabeça, aprofundando o beijo. Enquanto ele guiava suas mãos para baixo, sobre meus braços até minha cintura, eu ofeguei contra sua boca. Um som profundo reverberou dele enquanto me levantava. Minhas pernas envolveram sua cintura, como elas estavam querendo a muito tempo. Sussurrando seu nome, eu passei meus braços em volta do seu pescoço. “Eu preciso te levar para cama,” ele disse enquanto começou a andar. “Ou eu vou te tomar aqui, nesse chão.” Eu tremi, provavelmente mais excitada pela possibilidade do que deveria. Eu beijei o canto de seus lábio e, novamente, seu maxilar enquanto ele nos levava para meu quarto. Meus dedos passaram do seu cabelo até os músculos no topo das suas costas. Havia tanto poder nele.
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