Capítulo Quatro O que era pior que Reece pensando que tínhamos transado e se arrependendo do que nunca aconteceu? E de verdade, o que podia ser mais errado que isso? Reece Anders, apensar das mentiras de todos os tipos. Mentiras brancas. Pequenas mentiras. Mentiras necessárias. Mentiras para perdoar. Todas as mentiras. A minha era uma mentira branca desde que eu nunca disse que tínhamos dormido juntos. Eu só nunca disse que não fizemos. Mesmo que ele me conhecesse desde os quinze anos, ele tinha estado lá depois de tudo que aconteceu com Charlie e, na primeira noite que ele voltou, depois de estar a quatro anos na Marinha, ele tinha aparecido na casa dos meus pais. Desde esse dia, minha mãe jurava que ele estava procurando por mim, mas nossas famílias tinham se aproximado, então eu duvidava que esse era o caso. Eu tinha me mudado aos dezoito anos e não estava lá, mas quando meus pais me ligaram e imploraram que eu fosse para casa, eu estava esperando que algo horrível tivesse acontecido, porque minha mãe pareceu com alguém que estava há segundos de um ataque cardíaco. Eu não tinha ideia de que Reece estava em casa e ele me deu... oh wow, o melhor abraço de todos. E apesar da amizade que construímos desde que ele virou um oficial, ele nunca tinha ficado tão bravo. Seu ódio absoluto por mentiras tinha começado antes mesmo de conhecê-lo e era culpa do seu pai. Eu não sabia os detalhes, mas eu imaginava que envolvia traição, porque ele tinha se mudado com sua mãe e seu padrasto enquanto seu pai era um mulherengo. Então, yeah, mentir para Reece era como jogar a merda do ano no ventilador. Reece me encarou, esperando por uma resposta, e eu não tinha nenhuma. Tantas vezes durante esses onze meses eu quis gritar a verdade em sua cara. Que não tínhamos transado, mas a dor que ele criou na manhã seguinte era demais, depois ainda me ignorando por semanas, somada ao fato que ele tinha ficado tão bêbado para pensar que tinha transado comigo. Essa dor era profunda.
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