Capitdo se'timo -
VLrtices e resultados ronclusivos d o pensamento renasrentista
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IV. TOM?& Campanella: naturaIis~?o,magia e anseio
de reforma universal
Nascido em Stilo, na Calabria, em 1568, e entrando com 15 anos na Ordem dos Dominicanos, Tomas Campanella foi dominado por uma dnsia de reforma universal, certo de ter uma missao a realizar. Sua vida aventurosa pode-se dividir em quatro periodos: 1) a juventude, constelada de processes por heresia e prati- A vida cas magicas, ate o insucesso da revolta poiitica por ele organiza- e os textos mais importantes da contra a Espanha (1599); 2) o longo cativeiro em Napoles (1599-1626), durante o qua1 + 3 1 fingiu-se louco para livrar-se da fogueira; 3) a reabilitaqSo romana (1626-1634), tanto que teve 21 disposi~aoo palhcio do Santo Oficio; 4) as grandes honras na Fran~a,onde fruiu dos favores de Richelieu. Morreu em 1639. Entre suas obras, lembramos: A cidade do sol (1602), a Teologia em 30 livros (1613-24), a Metafisica em 18 livros (publicada em latim em Paris, em 1638). 0 novo significado que Campanella confere ao conhecer telesiano 6 expresso pela palavra "sabedoria", feita derivar de "sabor"; o sabor 4 a revelar;rio de tudo o que ha de mais intimo na coisa pela uniao com a propria coisa; alem disso, sabe-se aquilo que se P: viver 6 um crescer no o sentido ser e no saber, e este mudar 6 tambem de certo mod0 morrer: da "sabedoria" e as tr6s apenas mudar-se em Deus e vida eterna. Toda coisa e constituida pela potencia de ser, do saber de primalidades ser, do amor de ser; estas 580 as tr@sprimalidades do ser, que tem do ser igual dignidade, ordem e origem, e d o uma imanente a outra. + 9 2 ~ Nas coisas finitas, existem tambem as tr@sprimalidades do nc70ser; Deus e, ao inves, Potencia suprema, Sabedoria suprema, Amor supremo, e a cria~80repete portanto, em diferentes niveis, o esquema trinitdrio.
0 conhecimento de si e prerrogativa nao do homem, mas de todas as coisas, que sao todas vivas e animadas: todas as coisas d o de fato dotadas de uma sapientia indita ou inata, que e um sensus sui, um auto-sentir-se; mas enquanto nas coisas ordinarias o sensus sui permanece prevalentemente escondido (sensus abditus), no homem ele pode chegar a niveis not6veis de consciencia, e em Deus se desdobra por fim em toda a sua perfei~ao. 0 conhecimento do outro diverso de si mesmo e, ao contrd- A natureza rio, uma sapientia illata, isto e, adquirida em contato com as eoconhecimento outras coisas, e todas as coisas falam e comunicam entre si ime- -+§ 3 diatamente, porque tudo esta em tudo. Alem da alma-espirito, no homem ha a mente incorpdrea e divina, que tem a capacidade de conhecer, assimilando a si mesma ao inteligivel que estS nas coisas, os modos e as formas segundo as quais Deus as criou. A arte magical de que Campanella foi apaixonado cultor, tem tr@sforlnas: 1) divina, que Deus concede aos profetas e aos santos; 2) natural, que se serve das propriedades ativas e passivas das coisas naturais para produzir efeitos maravilhosos; 3) demoniaca, que se serve dos espiritos malignos e deve ser condenada.