História da Filosofia V3 Giovanni Reale

Page 176

confundir o tolo, mas que C facilmente compreendido pela mente iluminada". 0 ideal do saber de Agripa nHo 6, em absoluto, o de um saber publico, claro e control~vel.E o ideal de um saber privado, oculto e que deve ser ocultado, sem um mCtodo e uma linguagem rigorosos e publi-

cos. Trata-se de um ideal de saber diferente e bem distante do ideal da ciincia moderna. Durante os ultimos anos de sua vida, Agripa condenou o saber e exaltou a fC, no De vanitate et incertitudine scientiarum (1527). Mas, dois anos antes de sua morte, fez republicar o seu De occulta philosophia.

III. 8 programa i a t r o q ~ i m i c o de Paracelso A mais importante figura de mago e certamente a de Paracelso (1493-1541). Theophrast Bombast von Hohenheim, filho de um medico e ele proprio medico, mudou seu nome para o de Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus Paracelsus: Paracelso, uma vez que se considerava maior do que o medico romano Celso. Em 1514 o encontramos em atividade nas minas e nas oficinas metalurgicas de Sigismundo Fugger, banqueiro alemao, tambem alquimista. Paracelso rompeu com a tradisao do ensino medico: "Lutero da quimica", queimou os livros de Galeno e de Avicena; conceParacelso: ocorpohurnano beu a alquimia corno citncia da transforma~aode metais brutos corno sisterna encontriveis na natureza em produtos finitos uteis para a humaquimico nidade; rejeitou a teoria medica dos humores; e prop& a teoria e a g@nese pela qua1 o corpo humano e um sistema quimico em que desemdaiatroquimica penham papel fundamental os dois principios tradicionais dos +§I alquimistas, o enxofre e o mercurio, aos quais Paracelso acrescentou o sal. Paracelso foi da opiniao de que as doensas se originam do desequilibrio destes principios quimicos e nao da desarmonia dos humores de que falam os galenicos. Por conseguinte, a saude deve ser restabelecida por meio do auxilio de remedios de natureza mineral. Foi assim que nasceu a iatroquimica, que teve tambem sucessos - e hoje compreendemos sua razao - corno quando se administraram sais de ferro aos doentes antmicos. Em suma, o corpo corno sistema quimico e as doenps corno processos especificos para os quais funcionam remedios igualmente especificos sao as duas ideias que no futuro mostrarao toda a sua fecundidade.

mudou seu nome para o de Paracelso, ja que se considerava maior do que o medico romano Celso. Em 1514 atuava nas minas e nas oficinas metalurgicas de Sigismundo Fugger, o banqueiro alemHo que tambim era alquimista. Estudante de medicina em BasilCia, A mais importante figura de mago 6 depois de formado ai ensinou durante dois certamente a de Paracelso (1493-1541). anos. A ruptura de Paracelso corn a tradi@o Theophrast Bombast von Hohenheim, filho de um mCdico e mCdico ele tambCm, mudou ja se mostrava evidente em suas aulas: miseu nome para o de Philippus Aureolus Theo- nistrava os cursos em alemao ao invCs de phrastus Bombastus Paracelsus. Ou seja, usar o latim; convidava os farmaciuticos e Paracelso:


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook

Articles inside

VII. Alma ( "res cogitans" ) e corpo ("res extensa"

1hr
pages 320-339

VI. 0 mundo t uma maquina

9min
pages 317-319

V. A existincia e o papel de Deus

12min
pages 313-316

111. As regras do mttodo

21min
pages 306-312

II. A experiincia da derrocada da cultura da tpoca

6min
pages 304-305

VI. A induqiio por eliminaqiio e o "experimentum crucis"

28min
pages 292-300

V. 0 escopo da ciincia: a descoberta das "formas"

5min
pages 290-291

1X.A imagem galileana da cihcia

2hr
pages 230-284

IV. A teoria dos "idola"

8min
pages 287-289

e "interpreta~Ges da natureza"

5min
pages 285-286

VI. 0 primeiro processo

3min
page 223

0s Discursos e demonstra@es matematicas em torno de duas novas ci2ncias

10min
pages 227-229

VII. A derrocada da cosmologia aristotdica e o segundo process0

10min
pages 224-226

V. A incomensurabilidade entre ciihcia e fi

10min
pages 220-222

IV. Galileu: as rakes do choque com a Igreja e a critica do instrumentalismo de Belarmino

10min
pages 217-219

e as confirmag6es do sistema copernicano

5min
pages 215-216

11. Galileu e a "fen na luneta

4min
pages 213-214

do sistema copernicano

40min
pages 194-206

I. Galileu Galilei: a vida e as obras

7min
pages 210-212

0 drama de Galileu e a fundaqiio da cihcia moderna

8min
pages 207-209

distribuigiio ptolemaica" nem "a moderna inovagiio introduzida pel0 grande Copernico"

7min
pages 191-193

IV. TrGs "magos" italianos: Fracastoro, Cardano e Della Porta

11min
pages 178-182

de Paracelso

6min
pages 176-177

I. 0s inicios do Humanism0

2hr
pages 39-97

IV. Tomas Campanella: naturalismo, magia e anseio de reforma universal

56min
pages 137-156

V. Hugo Grotius e a funda~io do jusnaturalismo

9min
pages 118-120

a investigasgo da natureza segundo . ,. seus proprios principios

15min
pages 124-128

e a tradiqio cabalistica. Agripa: "magia branca" e "magia negra"

4min
pages 174-175

Zoroastro e Orfeu

20min
pages 32-38

A Renascenqa e a Politica 9

18min
pages 21-28

e tecnica

27min
pages 164-173
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.