Cemitério dos Aflitos: contos de vida - romance histórico de Thais Matarazzo

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Thais Matarazzo

Obra Concluída

T

erminado de escrever o volume, Jair ainda pensou que poderia reunir mais histórias, mas o livro tem o espaço físico limitado. Talvez, se o título despertasse o interesse do público, poderia fazer um segundo tomo. Era preciso fazer uma revisão e consultar d. Lina no Asilo de Mendicidade, à Rua da Glória. Ele precisou fazer diversas visitas e ler os manuscritos. A velhinha escutou com paciência e foi corrigindo o que se fazia necessário. Jair poderia jurar que viu algumas vezes o vulto de João Coveiro em pé, apoiando as mãos por detrás da poltrona aonde d. Lina estava sentada. Nestes momentos sacudia a cabeça. “Deve ser coisa da minha imaginação”, pensava. Sua pele ficava arrepiada. D. Lina ressentia-se de não ter mais forças e condições de saúde para continuar a conservação da capela dos Aflitos e para dar continuidade ao Terço dos Aflitos aos domingos. Há tempos já havia cessado esta atividade religiosa, ela mal conseguia andar. Foi criado em 1857 a Irmandade de N. Sra. dos Aflitos para a manutenção do pequeno templo. Não durou muito por motivos financeiros. Em 1883 a Mitra Diocesana entregou as chaves e a responsabilidade da gerência aos membros da família Bourroul.

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