Ao participar desta mesa redonda, escolhi um tema dedicado ao meu patrono José Ribamar Reis, o mentor da Maranhensidade que mais tarde iremos falar. No dia 14 de dezembro de 2018 tive a honra de ser eleito para ocupar a cadeira de número 40, patroneada por José Ribamar Sousa dos Reis, maranhense, nascido em 22 de março de 1947, filho de Antonio Sebastião dos Reis e de Rosy Sousa dos Reis. José Ribamar Sousa dos Reis começou seus estudos em Codó, fazendo seu curso primário no Colégio João Ribeiro, pois seus pais residiam naquela cidade. Em São Primeiramente quero agradecer a confreira Diler- Luís, estudou nos colégios Maristas e Liceu Maranhense cy pelo convite para participar, e ao mesmo tempo e formou-se em Ciências Econômicas na Universidade parabenizar e agradecer ao comitê de organização Federal do Maranhão em 1973. Na época, a profissão de nas pessoas de Eluciana Iris, Gabriela Lopes, Hupo- economista era incipiente no Maranhão, sendo o setor mone Vilanova, Leci Queiroz, Maria Inês Botelho, público o natural campo de trabalho, seu primeiro cargo Paulo Bretas, Valquiria Imperiano. foi como presidente no Ipei órgão integrante da Secretaria Estadual de Planejamento. Sou Roberto Franklin, tenho 66 anos, me descobri para a literatura há uns 6 anos atrás, incentivado por Mais tarde, Reis voltou seu interesse às pesquisas sobre meu irmão mais velho Tomaz. Iniciei minha estrada li- nosso folclore, constituindo-se em seu maior incentivaterária pela poesia, passei minha vida estudando matéria dor e pesquisador. sempre da área médica, assim ao me descobri, senti a necessidade de enveredar por caminhos ainda tão distante. Morou em Recife e, como Coordenador regional da Com o decorrer dos tempos arrisquei a prosa, escreven- Fundação Joaquim Nabuco do Ministério da Educação do crônicas na maioria das vezes memorialistas, e contos e cultura, adquiriu uma infinidade de recursos literários com uma alta dose de lirismo e muito sentimento. Sou para produzir suas importantes obras no ramo socioecopoeta, cronista e contista além de cirurgião-dentista, ou nômico, em particular a respeito da cultura maranhense. vice-versa – porque a poesia, feliz ou infelizmente, anda quase sempre montada nessa dupla jornada do pão diário Observando nossas peculiaridades, ensejando apontar –, temos o direito de usufruí-la e de criá-la, de fazê-la saberes e fazeres próprios de nossa identidade, e mosvoar através das janelas que se vão abrindo no possível. trando-se preocupado com o nosso engrandecimento, Desta forma não poderia jamais de agradecer o incentivo José Ribamar Sousa dos Reis, idealizou a tão aclamada de duas pessoas muito importantes e queridas, primei- "MARANHENSIDADE", a qual consistia em caracteriramente, meus eternos agradecimentos (in memoriam) zar um modo de ser, de viver e de fazer que constitui a você, meu irmão, que muito me incentivou com suas a cultura dos maranhenses, e que, segundo ele, seria palavras, estou falando do meu amado irmão Tomaz de sempre a defesa das nossas coisas e nossa gente. Aquino Falcão Braga, de quem sinto muito a falta. “Entendemos que MARANHENSIDADE é uma simOutro ilustre maranhense, poeta a quem jamais poderia bologia, característica intrínseca, um dever de todo o deixar de agradecer, o poeta Fernando Braga (primo do cidadão natural do Estado do Maranhão deve ter, ou meu irmão), por todos os incentivos e falas, corrigin- seja, é acima de tudo a valorização, preservação, divuldo-me, acrescentando-me sobre o que deveria escrever gação das coisas e da gente maranhense. É um louvor ou não escrever... Obrigado, meu primo por afinidade. a nossa cultura de raiz! Não deixa de ser um fortíssimo Tenho a formação na área médica e, neste sentido, devo desdobramento da brasilidade para o Brasil-Maranhão reconhecer certas dificuldades em relação às questões e dentre os demais 'brasis'”, dizia ele: Diga-se, de passagem, valores literários, mas a vida é um eterno aprendizado que esse termo, MARANHENSIDADE, chegou a ser utie neste sentido além de muitas informações dirigidas lizado como bandeira da própria Secretaria de Estado da passei a estudar e tentar conhecer os segredos da escrita, Cultura do Maranhão, anos depois. hoje arisco-me na poesia, contos e crônicas. 120
Revue Cultive - Genève