de nudez dos fatos, enquanto o medo nos assola. Tudo produzido por um vírus do tamanho de um milésimo da espessura de um fio de cabelo. Serão estes estertores nosso castigo? Porque sofrem os mais idosos e os mais pobres e vulneráveis? Porque temos lidado tão mal com a vida na Terra? Como falar em isolamento com famílias que se amontoam em habitações inadequadas? Questões urgentes que precisam ser respondidas, enquanto corremos para manter mais um ser humano vivo em algum lugar do mundo.
UM SIMPLES VÍRUS MUDOU NOSSAS VIDAS,
Penso no amanhã. Conseguiremos mudar nossa relação com o planeta e assim mudarmos a nós mesmos? Conseguiremos aprender com os exemplos vivenciados e buscarmos uma sociedade mais cooperativa e solidária, onde o fetiche da mercadoria seja desvendado? Será que conseguiremos sair da caverna e desvendar seus mitos, enxergarmos a verdade e não as sombras? Aprendermos com a luz e não nos voltarmos para as trevas?
As mudanças virão, queiramos ou não. Percorrerei aqui quatro grandes eixos onde nossas vidas serão profundamente afetadas. O espaço da casa, o espaço do ensino e o espaço do comércio. Não pretendo esgotar com minhas A humanidade tem se encontrado com pandemias observações toda a grandeza e enormidade dos câmbios ao longo de sua história. Pestes de todas as coloraque estão acontecendo em todas as nossas vidas, trata-se ções, gripes espanholas que nem nasceram na Espanha de uma escolha pessoal e muito mais haveria do que fae agora, a covid-19. O famoso e difundido, o mortal colar. ronavírus. E AGORA? Paulo Bretas.
Em meio ao silêncio das ruas e das multidões em isolamento, em meio à quietude do coletivo, cala-se o comércio, fecham-se as escolas, cessam-se os abraços, paralisam-se as festas e os esportes. Torcer agora é torcer pela vida. Torcer pelos profissionais de saúde. Rezar pelos mais fracos e vulneráveis. O destino deu mais uma volta. Enquanto vidas são ceifadas, numa jornada de intenso sofrimento e dor, a natureza parece recobrar suas forças, as mesmas forças que a humanidade lhe tirou pela poluição, aquecimento, lixo e sujeira. Para César o que é de César...
Iniciemos pela Casa. O espaço da casa se multiplica em suas funções. Seja pequeno ou grande o lar será outro. Ele não mais será o recanto da volta do trabalho, do encontro familiar ampliado ou do repouso que nos energiza. A casa virou escritório, espaço do trabalho, em meio à multiplicação da filosofia “home-office” com todas as suas determinações e necessidades tecnológicas. Cada um de nós é agora uma empresa. E precisa de computador, rede, impressora, câmera e toda uma profusão de implementos. Porque trabalhar é preciso. Cada um de nós é uma empresa.
Vejam que interessante a origem da palavra empresa, seOs frutos da irresponsabilidade dos governantes e podegundo o site etimologia.com.br rosos, o veneno de uma sociedade que desenvolveu desigualdades e concentrou renda e multiplicou misérias, ”Está registrada no italiano impresa como o verbo ima economia onde o dinheiro gira em busca de mais um prendere, e sobre a qual é possível uma desconstrução porto de juros altos, vem sendo colocado a prova. que identifica o prefixo do latim in-, que indica algo interior, com raiz indo-europeia em en-, interpretada como Nossa relação absurda com o próximo e com as coisas "en"; em seguida se observa o verbo prehendere, que se vivas vai sendo revelada, toda cegueira vai sendo substirefere à ideia de pegar ou agarrar alguma coisa (obsertuída por um novo olhar. A verdade, antes escondida em va-se a palavra prender localizada no latim vulgar como falsas aparências, vai sendo servida em doses aceleradas 58
Revue Cultive - Genève