HANNAH CARPESO - Rio De Janeiro, RJ Professora, Pedagoga Especializa em Educação e Bioética O LADO POÉTICO DA VIDA “Viver e não ter a vergonha de ser feliz” é a melhor poesia que se pode praticar. A beleza do viver se desenrola no dia a dia. Num simples gesto, em um desejo, no querer ou sofrer. A vida é poesia. A vida é romance. A vida é drama. A vida é comédia. A vida é tragédia. É a vida! “Que é bonita. É bonita. É bonita! ” Ver o lado poético da vida é compreender que é ela – o poeta – que escreve nossa história. Ora sonetos, os mais clássicos, ora estrofes rebeldes, senão poesia desconstruída de rimas, de forma, de versos; desestrutura aonde sofrimento e dor se alojam, para reconstrução de caminho. Vidas que são entranhadas, acumuladas até o fim. Engano pensar somente em uma parte, mas sim, o cômputo das experiências plantadas e colhidas. Importante saber que numa só parida faz-se a diferença, apesar de igualados na partida. A vida é hóspede no corpo, na carne, na mente, no tempo, na terra, na casa e na gente. Companheira no tempo finito, descrito, mas desconhecido. E, ao assistir nas noites, nos dias, na chuva e no vento, nos trilhos e nas estradas até mesmo ao relento, a vida não é um personagem. É essência substantiva da criatura. E cobra a cada máscara ou fantasia usada. O espaço de tempo entre o nascer e o morrer – ao que chamamos – vida – são momentos de felicidades e provações; de um lado alegrias e a dor em oposição. Mas o bem e o mal não existem a não ser para valorar nossas emoções. E vida é sentimento... Paixão. E voltando ao começo, onde coragem é preciso para vencer desafios ou para aceitar frustrações. “Viver e não ter a vergonha de ser feliz” é a melhor poesia que se pode praticar. Assim a possibilidade de ser declamado, cantado e lembrado não só em porta retrato, mas no livro da humanidade que guardará todos os sentidos experimentados: e muito grato, por simplesmente não ser cego, nem surdo, nem mudo nem paralisado. E assim como a onda do mar ao abraçar a praia num cumprimento, apaga as pegadas na areia, deixando-a invisível... saber que a vida foi bem caminhada, não há de temer o esquecimento. Finda a missão – hora de partir. Alguns sinalizam que a semente voltará novamente. Outros afirmam ser somente uma noite no palco. Não importa o que não é sabido. O que fica é a escolha feita de como viver. “E a vida! É bonita. É bonita! ” Pra valer. 107