CHRISTIAN ALAN MENDES - Canoas, RS COMPANHIA Você já viu alguém só, sozinho, desacompanhado? Eu não. E se vi, não enxerguei. Não sou capaz de perceber a solidão, pra ser mais sincero; eu a ignoro. Não creio que alguém possa estar sem companhia, primeiro que quem se sente só, si sente, e se si sente logo é acompanhante de si próprio. Segundo. Sessenta segundos depois e mais tempo será necessário para que um tolo perceba a relação entre o oxigênio e os pulmões que nos permite pensar. Terceiro e não menos importante é o meu ponto de vista, não sou egoísta e, portanto, lhe empresto ele neste momento; o vazio, a tristeza de estar abandonado, o medo de ser esquecido, entre estas e outras premonições que levam o homem ao suicídio e o poeta ao ápice, são a eterna companhia e a razão para viver desacompanhado no amparo do desamparamento.
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