Peteca Magali Aparecida Ono | MS
A peteca, brinquedo genuinamente brasileiro, ensinado de geração em geração pelos primeiros habitantes do país, chega até os nossos dias como herança lúdica para continuar voando pelos ares das praças, praias, terreiros, quintais, quadras esportivas, pátios de escola e onde mais encontrar espaço para reunir crianças e adultos em prazerosas partidas. De origem indígena-brasileira, a peteca, do tupi Pé teka, significa “bater com as mãos, golpear”. Tradicionalmente é confeccionada com palha seca de milho e penas naturais de aves. Nos últimos tempos vem sendo substituída por penas sintéticas, borracha, couro, tecidos; o que importa é que não deixe de existir. Em sua infância, a artesã fazia peteca com palha de milho e pena de galinha de angola ou galo índio. Lembra que era comum na cultura indígena mato-grossense fazer petecas usando penas de tucano, papagaio e arara. Hoje, afastada da roça, faz petecas costurando corino, napa ou couro ecológico e usando penas de pato tingidas, compradas especialmente para a confecção dos brinquedos. Aprendeu a fazer peteca por volta dos 10 anos, quando se interessou por esse jogo. Brincava com suas amigas ou mesmo sozinha batendo a peteca para superar o tempo que ficava no ar sem cair no chão. A depender de Magali, a brincadeira passa sempre de geração a geração. Continua partilhando o jogo por meio da confecção de suas petecas. De mão em mão, a expressão “não deixar a peteca cair” ganha vida na habilidade e agilidade da prática desse divertimento. Como a brincadeira passa de mão em mão, é bem provável que os portugueses que chegaram ao Brasil em 1500 tenham levado a peteca para a Europa. Hoje, tornou-se brincadeira e esporte mundialmente conhecidos.
De habilidade e destreza
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