Estilingue (Baladeira) Demestre da Silva Bezerra | AC
Estilingue, baladeira, badogue ou badoque, seta, setra, funda são vários nomes para um mesmo brinquedo de pontaria feito com uma forquilha (galho bifurcado em Y), tira elástica e couro, que usa munição encontrada facilmente no meio ambiente como pedras, sementes de mamonas, caroços de frutas etc. Como boa parte dos brinquedos que iniciaram sua trajetória nas mãos de adultos, com o estilingue não foi diferente. Em sítios arqueológicos na Turquia, foram encontrados exemplares de estilingues que datam do período neolítico (8.000-4.000 a.C.). Como a história indica, nasce como arma de caça ou defesa para atirar um projétil num alvo. No Brasil, o estilingue trazido pelos portugueses com objetivo semelhante, acabou chegando às mãos das crianças, que encontravam nas goiabeiras, nas jabuticabeiras e em outras tantas árvores matéria-prima perfeita de galhos em Y para suas pequenas armas de brinquedo. Atualmente, esse brinquedo vem literalmente perdendo terreno em parte do país, principalmente nas cidades, devido a ser um brinquedo que precisa de espaços amplos, por se tratar de uma “arma” de brinquedo tradicionalmente de caçada de pequenos animais em mata, tanto é que Monteiro Lobato descreve essas aventuras de meninos com suas pequenas forquilhas em seu livro Caçadas de Pedrinho (1933). Sem dúvida, durante muito tempo, foi um dos principais brinquedos, especialmente de meninos. Se hoje todo menino tem uma bola, até pouco tempo atrás era difícil encontrar meninos sem seus respectivos estilingues.
De habilidade e destreza
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