come-come, alimentando, ribeirinho na canoa, boto articulado, soca-soca, serra-serra e dançarinos Valdeli Costa Alves | PA
Valdeli Costa Alves faz brinquedos de miriti desde os 12 anos e como profissão começou em 1999. Antes, trabalhava em fábrica de vassouras e na construção civil. Quando ficou desempregado, começou a fazer os brinquedos profissionalmente e daí em diante nunca mais parou. Participou de uma exposição no Rio de Janeiro, no atuante Museu do Folclore Edison Carneiro, e desde então fornece suas peças para venda na loja desse museu e para muitos outros lugares. Depois disso, fez exposição em vários aeroportos do Brasil, cruzando o oceano para uma exposição em Paris. Na ocasião levou brinquedos – alguns grandes, como uma cobra de duas cabeças de cerca de 2 metros – e esculturas de miriti de mesma metragem. Foi um sucesso a exposição: todas as criações foram vendidas. Apesar do interesse de países da Europa pelos brinquedos de miriti brasileiros, não é possível a venda para exportação ao exterior, pois é necessária uma certificação da matéria-prima utilizada na confecção do brinquedo (o miriti), garantindo que a sua comercialização não causa danos ao desenvolvimento da palmeira da qual é extraída. Para isso, será necessário um estudo de órgãos responsáveis no setor, como Embrapa, Museu Emílio Goeldi, Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). Entretanto, essa pesquisa está atualmente parada por falta de verbas que eram conseguidas pelo Centro Internacional de Pesquisas Florestais (Cifor). E esta é uma exigência do mercado internacional para proteção das árvores, embora, no caso da palmeira da qual é tirado o miriti, não seja necessário cortá-la, pois só se utiliza o cabo de sua folha. Na verdade, coletam-se as folhas maduras e a planta continua crescendo.
Brinquedos de Miriti
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