Engenhoca de manivela Alberto Bernardo (Carlos Alberto Bernardo de Souza) | CE
A vivência no interior do Ceará, num cotidiano artesanal em que os adultos confeccionavam e preparavam seus utensílios e as crianças, seus brinquedos, trouxe um aprendizado inestimável a Alberto Bernardo, que desde pequeno fazia carros de lata, piões, cavalos de pau, arraias, formando suas mãos a brincar de habilidades e sua imaginação a voar alto. Tanto que o menino não pôde mais parar de criar e hoje coleciona um vasto repertório de brinquedos para imaginar, em sua maioria, peças interativas e brinquedos autômatos, engenhocas que dão movimento de seres vivos a corpos inanimados, como é o caso dos brinquedos que se movem ao se girarem manivelas (capoeiristas, forrozeiros, dançarinos etc.) e, ainda, muitos brinquedos de mão, como ele próprio chama os brinquedos de empurrar (Pássaro BateBate, Cavalo Alado, Helicóptero, Monociclista e outros que podem ser vistos no site www.albertobernardo.com.br). Essa experiência infantil, aliada também a estar numa cidade rica em brinquedos artesanais, com representantes como Dim, Gandhy Piorski e Mestre Zezito, o ajudou a aperfeiçoar sua técnica e a encontrar um caminho autoral. Soma-se a estas condições favoráveis a sua curiosidade, que vem sendo alimentada desde cedo, tanto pelo que vem de fora, como pela vontade interna de encontrar vazão de conhecer o mundo. Exemplo disso ele mesmo nos conta, ao dizer que foi atraído pela mecânica do movimento dos brinquedos quando, ainda garoto, encantou-se com uma caixinha de bonecos russos de corda, e a partir daí aprimorou a profissão de desvendar segredos lúdicos. Este tipo de brinquedo que se movimenta pelo acionamento de uma engrenagem tem seu espaço no Brasil graças a artesãos que brincam com os mecanismos de tais engenhocas, como o fez tão ricamente mestre Molina, representante nacional importante dessas geringonças. Entretanto, os primórdios deste tipo
Engenhocas
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