animais de balata José Batista de Aragão | AC
O Sr. José Batista de Aragão trabalha há 62 anos com balata, que é o látex (espécie de goma elástica) extraído de uma árvore chamada balateira, comum nas florestas da região Norte do Brasil, da mesma família da seringueira. Essa seiva natural é extraída por meio de ranhuras no tronco da árvore, que fornecem uma espécie de leite de borracha. É então defumada em fornalha à lenha, o que dá uma cor marrom-avermelhada, de textura mais consistente e pronta para que com ela sejam modeladas miniaturas de animais característicos da fauna brasileira: tatu, jacaré, arara, jabuti, jacu, mutum, sapo, tamanduá, peixe-boi, pirarucu, boto cor-de-rosa, macaco, cobra, búfalo da Ilha de Marajó etc. Quando os animais ficam prontos, desprendem um cheiro característico desse processo de defumação da borracha. Pela maleabilidade do material e por ter características semelhantes às do couro, a balata foi apelidada de couro vegetal ou couro ecológico. E hoje, aos 77 anos, o Sr. Aragão é um especialista na arte de utilização da balata e dá curso dessa sabedoria amazônica até em outros países. Além dos animais de balata, é possível fazer bolas, sapatos, galochas, bolsas e mesmo outras tantas miniaturas, como figuras humanas e objetos de decoração, moldando a balata à mão ou colocando-a em formas com desenhos do que se quer produzir. Normalmente, esses produtos feitos de balata precisam ser conservados em local fresco para terem durabilidade, pois estão acostumados com o clima da floresta. Quando são levados a outros Estados, pode acontecer, com o tempo, de os produtos feitos com essa matéria-prima ficarem esbranquiçados; se isso ocorrer, é só passar silicone, gel ou spray para conservar melhor o material, evitando rachaduras.
Mundo miniatura da realidade
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