Parquinho de diversões de flandres Juracy José Gomes | BA
O Sr. Juracy há 42 anos faz em sua oficina 13 modelos de brinquedos de parque de diversões, dentre eles: roda-gigante, carrossel, chapéu-mexicano, gira-gira, carrinho de sorvete, pipoca, brinquedo-sombrinha etc. Sua matéria-prima para a criação é a folha de flandres, uma chapa de ferro e aço muito fina, revestida com estanho. Recortada, trabalhada com ferramentas especiais e soldada, ganha diversas formas. Antigamente, quando o plástico não imperava, lembra o Sr. Juracy, muitos produtos eram feitos com folha de flandres: candeeiro, regador, bacia, rala-coco, forma de bolo, cortadores de bolacha, pandeiro etc. Como costuma dizer, trabalhar com flandres é atividade antiga; por isso, tem a preocupação de que novas gerações aprendam o ofício, a fim de que os brinquedos de flandres continuem a habitar as brincadeiras infantis e a alma de gente grande que não esquece as raízes. Brincando com a ideia de vias de extinção do brinquedo de flandres, outrora muito mais comum no Brasil que nos dias de hoje, o Sr. Juracy fez um cartão de visita com o nome “Juracy Parque”, com um desenho de roda-gigante e outro de dinossauro, em alusão ao filme Jurassic Park, de Steven Spielberg. Este artesão de 76 anos faz sua parte para que os brinquedos não se tornem “jurássicos” e se orgulha do tanto de crianças e adultos que têm os seus brinquedos no Brasil e no exterior. Entre eles, dois filhos baianos muito especiais: Caetano Veloso e sua irmã, escritora e compositora, Mabel Velloso. Quando iniciou este ofício, o Sr. Juracy fazia carrinhos, trenzinhos, aviões, mas a concorrência da indústria de brinquedos plásticos era tamanha que para continuar vivendo da profissão de artesão teve a ideia de fazer parquinhos que não fossem confeccionados industrialmente. E deu certo. Fez e continua a fazer milhares de parques de diversão, tendo confeccionado até um em tamanho diminuto para uma colecionadora de miniaturas que mora em Salvador. Mundo miniatura da realidade
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