Em geral, no acervo lúdico das escolas estão presentes brinquedos miniaturas relacionados apenas ao mundo da realidade. Nem sempre os brinquedos ligados ao mundo da ficção estão presentes: bruxas, sacis, fadas, dragões, unicórnios, fantasmas e outros tantos seres imaginários acabam fazendo parte do universo infantil via literatura e não por intermédio dos objetos brinquedos em si em forma de objetos. Brinquedos miniaturas que dão margem à fantasia deveriam povoar muito mais o acervo lúdico das escolas, pelo óbvio motivo de possibilitarem largamente viver a imaginação. As crianças podem improvisar brinquedos desenhando personagens, colando-os sobre caixas, fazendo bonecos de papel, criando cenários para seus personagens, como florestas encantadas, vales profundos, castelos mal-assombrados, casas futuristas. Ótimos recursos para a criação desses cenários são sobras diversas de marcenaria, tecelagem, tapeçaria etc. As sobras irregulares ajudam na criação de cenários sugestivos, deixando que a imaginação complete o resto. Ao criar bonecos e cenários, a criança tem autonomia para desenvolver seus próprios enredos, animar seus personagens e exercitar sua profunda imaginação pela linguagem da brincadeira, que é sua principal ferramenta de criação. Os livros que remetem ao universo fantástico, como os contos de fadas, lendas e mitos, são todos muito bem-vindos para alimentar o faz de conta mundo miniatura da ficção. Não à toa, fazem parte deste livro os personagens clássicos de Monteiro Lobato, precursor no Brasil da literatura fantástica.