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A pát ia que deixa am Q
uando se fala das dificuldades que os colonos pioneiros encontraram nas diferentes regiões de Santa Catarina e do Brasil, surge a pergunta: Por que nossos antepassados deixaram a Europa e vieram para o Brasil? A resposta para esta pergunta é complexa e nem sempre fácil de responder. Na Verdade, migrar faz parte da condição do ser humano desde seu aparecimento sobre a face da terra até os dias de hoje. Desde a mais remota antiguidade os povos viveram em constante movimento. É um contínuo andar, de terra em terra, atravessando mares imensos e desertos infindos, ou transpondo altas montanhas. Nada consegue deter o caminho dos homens na constante busca de melhores condições de vida. Mas, há que se considerar também que ninguém migra, seja para perto ou para longe, à esmo, a troco de nada. Dificilmente migra quem está bem de vida e se encontra bem estabelecido. Ninguém deixa a terra natal com suas tradições, língua, costumes e cultura por um motivo qualquer. Laços de família, de parentesco e sentimentos afetivos ligam profundamente o indivíduo ao lugar onde nasceu. Apenas motivos bem ponderados levam a pessoa a abandonar sua terra em busca de outras paragens. Muitos fatores concorreram para que tão grande número de famílias se deslocasse da Europa, especialmente da Alemanha, para Santa Catarina, principalmente na segunda metade do século XIX. Cada qual partiu por uma ou outra razão ou circunstância pessoal, mas todos tinham um motivo em comum: tentar a sorte em outro lugar na esperança de um futuro melhor. A história aponta vários problemas que naquela época assolavam a Europa e que estão na origem do deslocamento de muitas famílias da Alemanha para o Brasil. [ 17 ]