do professor. Quando uma família tinha mais de um filho na escola havia um abatimento no valor da mensalidade a fim de que todos pudessem frequentar a escola. Houve época, principalmente no início do século XX até 1914, em que o governo da Prússia, através do seu consulado em Florianópolis, contribuiu com recursos para a remuneração do professor e com material didático. Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial tais recursos foram suspensos. Além do mais, o consulado privilegiava com maiores recursos as escolas de Joinville e Blumenau em detrimento das localizadas no sul do Estado. As prefeituras de Palhoça e de Imaruí também contribuíam esporadicamente com alguns subsídios para o pagamento do salário do professor, porém restringia-se ao período que antecedia às eleições. O representante da Deutscher Schulverein für S. Catharina, ao visitar as escolas do sul do Estado em 1910, relatou da escola de Rio Sete: Há três ou quatro anos a comunidade recebeu da administração municipal de Palhoça 25$000 [25 mil-réis] como contribuição mensal, porém, como em toda a parte, somente no breve período de propaganda para as eleições municipais.5
Outro problema sério era o material didático, tais como mapas, livros, cadernos, lousa. Uma associação alemã de Hamburgo denominada Ortsgruppe Hamburg des Vereins für das Deutschtum im Auslande forneceu, até 1914, algum material de auxílio para o professor. No entanto, vale ressaltar que o material era em alemão. Faltava por completo material didático em português e relativo ao Brasil. O único material didático das crianças era a lousa, Schiefertafel, uma espécie de “tabuinha” em pedra ardósia, de meio centímetro de espessura e com moldura de madeira, medindo 20x30 cm.6 Na lousa escrevia-se com um estilete, também de pedra ardósia, chamado Griffel. O inconveniente era que a lousa tinha apenas uma “página”, pois se escrevia apenas num dos lados e cada aluno só tinha uma lousa. Preenchida esta, era necessário apagar o que estava escrito para se ter nova “página” em branco. Para as tarefas de casa, o aluno precisava ter muito cuidado. Além de haver o risco de quebrar a lousa, o aluno poderia ter sua tarefa perdida no caminho 5
6
Bericht über die Schulen im Süden des States S. Catharina. Blumenau, 28 dez. 1910. Bundesarchiv – Berlin. O Tablet eletrônico de hoje faz lembrar a Schiefertafel (lousa) de antigamente!
[ 188 ]