sego. Outros, perseguidos por motivos políticos, fugiram em busca de segurança. Em 1870 aconteceu a guerra franco-prussiana. Este conflito já era pressentido há muito tempo. Todos temiam a guerra, portadora de mortes e destruição. A guerra não poupa ninguém. Diante do pior que estava para acontecer, era melhor emigrar. Tomando em consideração tal cenário, pode-se imaginar o que representava o Brasil para um jovem casal ao ouvir a notícia de terras em abundância para sua família, seus filhos e seus descendentes. Diante das dificuldades crescentes na luta pela sobrevivência, valia a pena apostar no desconhecido, partindo para as florestas do Brasil.
c)
Dificuldades econômicas
O nível de vida e de bem-estar na Alemanha de hoje é, sem dúvida, um dos melhores do mundo. Mas, quando nossos antepassados deixaram a terra natal, a vida era dura e difícil em muitos aspectos. No século XIX a Europa assistia a um acelerado processo de industrialização. Na Alemanha estabeleceram-se muitas indústrias principalmente nas regiões produtoras de carvão, como no Ruhr, em Düsseldorf, Colônia e Solingen onde se concentrou um grande proletariado industrial. Nas cidades e aldeias os artesãos não tinham condições de concorrer com os produtos fabricados em larga escala nas indústrias. No campo, as dificuldades não eram menores. Documentos da época mostram a situação miserável dos rendeiros e dos meeiros dependentes de grandes proprietários rurais: Muitíssimos vivem na mais completa miséria. Praticamente ninguém tem a possibilidade de progredir; tem que se cuidar contra tudo e contra todos, inclusive nas mínimas despesas que não são absolutamente necessárias para a sobrevivência. Só poucos podem pensar em conseguir algo próprio; apesar de todo esforço e do máximo de economia, não conseguem poupar nada como garantia para a velhice; então se transformam, na velhice, em peso para a comunidade... Com isto uma parte dos jovens é formalmente educada para a mendicância. Muitos pais se veem forçados a mandar os filhos a mendigar. Se não trazem o suficiente, apanham. Por isso, não raro, as crian-
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