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GENTE DE GUERRA, FRONTEIRA E SERTÃO: Índios e Soldados na Capitania do Pará (Primeira Metade do Século XVIII)
Imagem 2. Traçado abaluartado.347
Conforme se verifica, o desenho de Martini apresentava aspectos que caracterizariam a fortificação à moderna: os ângulos e baluarte se delineiam em sua obra de 1470. De acordo com Plazza Morillo, esse conhecimento manteve-se até meados do século XVI, quando se avançou significativamente com as contribuições, principalmente de Antonio Sangallo com a fortificação abaluartada. Essa técnica foi a base dos tratados e fortificação moderna. A imagem 2 é um desenho do traçado abaluartado dos irmãos Sangallos, usado em aulas de fortificação em Portugal, em 1700. Além do “traçado italiano” outros se consagraram, como, por exemplo, o traçado francês, que se consolidou com Sébastien Leprestre de Vauban no Traité de L’attaque et de La défense des places, de 1748. O traçado à Vauban se tornou uma base importante para o aprendizado e a formação de engenheiros em Portugal e na Espanha. Sua atenção, para além da construção em “estrela”, estava relacionada ao ambiente, ao estudo do terreno. Essa compreensão encontraria espaço importante nas conquistas, pois a adequação das construções aos locais instalados era fundamental. As aulas de fortificação em Portugal, constituídas em 1647, utilizaram-se amplamente do conhecimento italiano e francês. Os métodos de fortificar à
347 “Modelo de instalação de uma obra coroa num traçado abaluartado: para uso dos alunos da Real Academia de Fortificação e Desenho” - 1700- Biblioteca Digital do Exército Português. Coleção: Direção de Infraestrutura do exército. Cota: 4292/III-3-39-54.