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GENTE DE GUERRA, FRONTEIRA E SERTÃO: Índios e Soldados na Capitania do Pará (Primeira Metade do Século XVIII)
Imagem 8. Baluarte segundo o Tratado Methodo Lusitanico.
A figura trata o exemplo do desenho dos ângulos e baluartes de uma fortaleza presente no Methodo Lusitanico. Na imagem, pode-se verificar a preocupação geométrica do traçado presente na medida dos ângulos. Conforme explica Serrão Pimentel, uma das principais máximas da construção era que possibilitasse, mesmo na fortificação irregular, a regularidade sempre que possível dos seus ângulos. Condição que segundo ele, teria conseguido no método apresentado “com tanto extremo que, em todas as figuras por mais irregulares que sejam, fortificadas dos lados dos polígonos exteriores para dentro, fica cada um dos lados fortificados regularmente”. Circunstância que em “nenhuma figura irregular fortificada nos livros e métodos dos autores pude descobrir”.366 A façanha teórica nem sempre foi possível na prática. Fortificações que “englobavam povoações, cidades e vilas nunca foram perfeitamente regulares de ‘tratado’, adaptando-se às pré-existências e, por isso, não se podendo desenvolver como os engenheiros desejariam”.367 Pedro Dias explica que se pode verificar a característica regular em pontos estratégicos de grande importância 366 PIMENTEL, Luís Serrão. Methodo Lusitanico de Fortificar as Praças Regulares e Irregulares, p. 14. 367 DIAS, Pedro. História da Arte luso-brasileira. Urbanização e fortificação, p.108.