CAPÍTULO 5
DEFESA LUSO-INDÍGENA: MILITARES, INDÍGENAS E ALIANÇAS NA CAPITANIA DO PARÁ
É tão certo este conhecimento dos Tupinambás que sem um deles adiante não caminham os portugueses para a guerra, eles descobrem os caminhos, definem as jornadas, fazem as paradas, definem o lugar donde devem pernoitar, o que tudo determinam, confiando em sua capacidade a marcha militar (“Notícias da América Portuguesa, em especial mapa e roteiro geográfico”, Manuscritos da Livraria – PT/TT/ MSLIV, n. 1065).
O
sistema defensivo da capitania do Pará, como vimos na Parte I deste livro, apresentava bastante dificuldades. As forças legais dispunham de pouca gente, em sua maioria desqualificada na arte militar. A solução foi a constituição de uma complexa rede de mobilização de gente para as tropas que integravam espaços e gente de diversas partes do império português. Na ausência de tropa auxiliar, esse sistema incluía e afirmava a necessária e importante aliança como os indígenas. Esses foram o socorro necessário à efetiva defesa da capitania. Portanto, nessa altura, para completar o quadro analítico deste estudo, resta ainda um último ponto, a atuação indígena nas diligências militares. Essa questão poderia ser verificada a partir de diversos aspectos, tais como a vigilância, o cotidiano das fortalezas, a logística e o caminho das tropas. Todavia, optou-se pelas ações de guerra por entender-se que o conflito deflagrado é o ponto mais crítico da ação de defesa, ocasião privilegiada em que se