2 A MULHER MARAVILHA, BATEU ASAS E FOI EMBORA!
E
stava em um dos auges da minha carreira como médica praticante da Ortomolecular. Acho que o primeiro auge que se chega ainda jovem, depende do conceito de “auge” que nos vendem. Um apogeu. Sua chegada no Monte Olimpo em primeiro lugar, com larga folga, sem concorrentes. Ainda, com pessoas te esperando para aplaudir e você ganhando a coroa de louros e uma linda taça. Essa era a imagem que eu tinha, isso tudo é meio inconsciente, claro. Eu tinha acabado de ser aprovada em um Board de Medicina regenerativa da American Academy of Anti-Aging que fica nos Estados Unidos, e estava bem feliz. Board é uma certificação ou título americano que diz que você está apta a praticar tal especialidade. Naquele ano, pouquíssimos brasileiros haviam sido aprovados, eles realmente são rigorosos e não existiam cursos à distância. Então, meus esforços estavam sendo muito bem recompensados, eu havia atingido meu objetivo. Ainda pensava que somente um papel me diria “pode” ou “não pode” fazer tal coisa. Mudei muito desde então.
Sempre me orgulhei por ter uma “saúde de fero”, como dizem. As crianças imitam muito a dinâmica dos pais, os meus não ficavam doentes, então, pela genética biológica ou pela cultural, também não ficávamos. Na idade adulta não sofria de enxaqueca, cólicas menstruais ou alergias. Uma TMP ocasional e um hipotireoidismo que tratados, nem me lembro. Me gabava intimamente da minha saúde, mais que isso, acho que eu pensava que nunca, nunca teria nada grave. Essa pretensão também pode ter sido coisa da idade. 30