4 UM SONHO EM DOIS. Por Elaine Teixeira, Mãe e Médica.
H
oje médica e fazendo residência me pergunto:
- Porque escolhi fazer medicina? O que me motivou? Que sentimento tinha quando escolhi essa profissão aos 18 anos? Tantas opções não é mesmo? Algo mais fácil ou emocionalmente menos estressante? Mas algo me moveu, algo me levou para ela! Poderia dizer o amor, mas não podemos ter amor por nada, nem ninguém, antes de conhecer não mesmo? Então, provavelmente não foi isso. Intuitivamente desejei, excessivamente lutei para chegar até aqui. A maioria das pessoas têm uma ideia muito bem sedimentada que quando se é médico obrigatoriamente vem embutido riqueza, fama, glamour, status social e uma vida relativamente fácil, mas definitivamente não pensava muito nisso quando tinha 18 anos. Outros sentimentos me dominavam nessa época. Nunca tive muito contato com a área médica, meus pais não são médicos e não tenho nenhum outro parente médico. Então, ninguém me influenciou. Foi realmente uma decisão individual! Não me arrependi, nunca duvidei ou hesitei. Segui acreditando nesse desejo. Verdadeiramente, não seria feliz fazendo outra coisa!! Poderia trabalhar menos, ganhar mais, entretanto não me sentiria completa! Não foi fácil chegar até aqui! Percorri infinitas noites sem dormir ultrapassei obstáculos que muitos duvidaram. Enfrentei quatro vestibulares, me aventurei em uma cidade desconhecida para mim e morei lá por 6 anos. Abri mão do convívio dos meus pais e amigos, arrisquei meu namoro... e tudo isso para que? Porque acreditava e ainda acredito em sonhos! Sofri, senti saudade, fiquei triste muitas vezes, mas não desisti. 64