5 CARREIRA E VIDA SOCIAL, DUAS MÃOS NOS CHAMANDO.
E
scolher entre carreira e vida social. Como manter as relações de amizade, se divertir, vivenciar outros sonhos que não estão ligados à profissão, isso é possível? Quando pensei nesse tópico, estava pensando na minha trajetória e se eu tinha vida social no meio de tantos anos de profissão. Quando completei uma idade que entendia as coisas, ou seja, o que podíamos fazer com o dinheiro ou o que deixávamos de fazer, eu gostava dos domingos, pois com ele e a rotina da minha mãe, eu já estava garantida. Ela levantaria e tomaria o café lendo o jornal que eu gostava. Não lia nada, mas lá tinha uma coluna que se chamava ‘Férias em Portugal”. E claro, na ausência das redes sócias de hoje, rápidas, uma das formas de se anunciar para o mundo uma viagem naquela época, eram as colunas sociais. Ficava horas vendo e lendo que a “família tal, com mais os amigos tais” visitaram Lisboa e posaram com seus casacos na Torre de Belém. Dentro de mim pulsava a admiração por eles terem conseguido ir tão longe! E sonhava... mais ainda, prometi, naqueles domingos, que eu também um dia conheceria Portugal. E fui além. Prometi que “quando eu crescesse” iria conhecer vários países, leria livros em inglês e escreveria outros tantos. Isso aconteceu mais ou menos na mesma época que entendi que faria medicina. Os sonhos são assim. Nascem de desejos, de admirações, de promessas na infância que não queremos saber se vamos cumprir ou não. O cérebro ditou e o consciente registrou, pronto! Na infância não queremos saber o COMO. Queremos saber o QUE. Isso é bom. Muitas vezes o cérebro realiza coisas que não sabemos como foi, só sabemos que chegamos. Ou quantas vezes você não se viu em uma situação e disse 66