CLAUDIA CORBISIER (1956)
Poeta carioca, é psicanalista com pós-graduação em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da UFRJ e na Sorbonne, Paris V, Université René Descartes. Atualmente é doutoranda do Programa de Pós-Graduação de Psicologia da PUC, Rio de Janeiro. Pesquisadora associada do LIPIS. Escreve no blog umdiaumgato.
Sou chão. Sangue. Cabelo em pé. Ouvidos roucos. Voz estalada que nem ôvo. Sou pé na estrada. Mão na contra-mão. Moleca de rua. Do olhar atento. Da alma rasgada. Da saia plissada. Do sinal aberto. Do bambolê rodando. Sou mulher comum. Média. Com pão e manteiga. MEMÓRIA Mãe é amparo. Estaca fincada na terra na chuva, molha no sol, seca com o vento balança. Mas fica ali. As vezes nem sabe que apóia ilusões, que gera sonhos que aninha sossegos. É ponto cardeal início à revelia corrimão jacarandá de sobrado sino de mesa carrilhão tocando conversas de antigamente. É tristeza do que não foi de perguntas esquecidas É imagem desdobrável guardada entre pesares e canduras no porta-retrato da memória.
AS MULHERES POETAS NA LITERATURA BRASILEIRA
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