WANDA MONTEIRO
“Sou Amazônida, vim da seiva quente de Benedicto Monteiro, um Poeta e Pescador de Sonhos, semente plantada no templo sagrado e fértil de Wanda, Mulher Guerreira, Mãe na mais pura definição. Cheguei no Outono, nascendo às margens do rio Amazonas. Nasci na hora do crepúsculo, contemplada pelo Sol. Fui banhada e batizada em águas amazônicas. Aprendi a respirar água, a ouvir a voz do vento, a sentir o cheiro da chuva, a nadar na malha de mururés. Me encantei com a voz da mata. Fui seduzida pelo olhar da restinga. Me vesti de terra, bebi o rio, cresci e verdejei. Sob o signo da Mãe Natureza, visto ambivalência!.Sigo, transitando na fronteira entre a impassividade da razão que me atordoa, que me distancia, que me confina, que me objeta, e a emoção que me testemunha, me aproxima, que me explica, que me intui e me confere o ideal de existir. 6
Umbrais, veredas, cantares, prantos, odes, abismos e saltos. Faces e interfaces de líricos-eus que se aproximam e se distanciam na complexidade de seus imaginários e percursos. Esse livro pede ao leitor descerrar os olhos sobre essa profusão de imagens. Enxergar a sutileza do traço e assinatura de cada úterovoz. Uma linguagem poética que requer escuta e afeto pois que sua leitura se traduz em ato litúrgico como litúrgico é o ato da escrita. A poesia concebida pelo Feminino. Não o feminino da identidade e condição social, meramente, referidas a fatores biológicos e ao nível das conservadoras representações sociais. Não. Não mais. Mas sim, o feminino como uma categoria política. Pois que, no espectro atual do universo feminino, a tese a mulher é uma categoria biológica foi substituída pela antítese a mulher é uma construção social. Esta nova e revolucionária percepção questiona e relativiza o caráter absoluto dos conceitos, pois nela reside a força transformadora do Feminino. Esse livro reúne a voz poética de Poetas nascidas sob esse tão
AS MULHERES POETAS NA LITERATURA BRASILEIRA