BEATRIZ HELENA RAMOS DO AMARAL (1960)
Poeta paulistana, romancista, musicista, advogada e promotora de justiça. É mestre em literatura e crítica literária pela PUC-SP. Estréia em livro em 1980, com o romance Desencontros. Três anos depois publicou Cosmoversos, chamando a atenção de Fábio Lucas que definiu o livro como cosmotextos, nos quais estão presentes a metalinguagem, a busca do ser e do amor. Vieram a seguir: Encadeamentos (1988), Primeira Lua (1990), Poema Sine Praevia Lege (1993, finalista do Prêmio Jabuti), Planagem (1998), Alquimia dos Círculos (2003), Luas de Júpiter (2007).
DESENHO cabras dançam rotas verticais a crosta da montanha contorna metonímias a lápis crayon, a sombra sobre o pêlo, sobre a pele na espessura de um ensaio que a luz tece a hipótese da sílaba, — e o prisma ondulado se consume algum teor de amido se estenda nas bordas do bunker: a tentativa de vôo para a inexistência da asa NAU oh caravela errante, deixa o mapa, os sinais, o inútil pretexto asiático nada de teu fogo escapa à sorte – um rumo por outro perdido oh libra gentil tua sede oceânica parte o vento oscila tua vela do avesso equilíbrio do norte eis a rota onde a história desperta a lua de abril
AS MULHERES POETAS NA LITERATURA BRASILEIRA
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