MAURÍCIO GOULART
—V
ai ser Independência, ou vai ser Liberdade, Julio? — Perguntou enquanto propunha um brinde, erguendo o copo com um bom scotch para um tim-tim que comemorava a conquista da concessão da emissora de rádio que os dois pleiteavam em Rio Preto. — Acho melhor Independência, Maurício — resolveu logo o coparticipante da singela comemoração. A dúvida fugaz a respeito do nome da nova emissora traduz a importância de conceitos como “liberdade” e “independência” na vida dos dois personagens dessa cena. Um deles era o empresário e publicitário Julio Cosi, já o outro era o jornalista, político e escritor Maurício Goulart, alguém cujos atributos intelectuais deram suporte a uma participação ativa em momentos especialmente delicados da política brasileira – da Revolução de 1930 ao rearranjo partidário que se seguiu ao golpe militar de 1964, sem que a história ainda tivesse conseguido nos dar a dimensão precisa do grau de intensidade da participação desse coadjuvante de momentos críticos da vida nacional.