MEIO CAIPIRAS, MEIO URBANÓIDES
A
extinta rádio Difusora Rio-pretense mantinha, nos anos 1960, um programa diário de auditório chamado Cidade Versus Sertão, em que o público se manifestava por meio de cartas a favor de um dos dois apresentadores: Adib Muanis, pela “cidade”, e Olívio Campanha, o Cuiabano, pelo “sertão”. Ganhava a disputa aquele que, ao final de uma hora de provocações combinadas, apresentasse o maior número de cartinhas enviadas pelos ouvintes. A “cidade” sempre ganhava. O público presente no auditório – em sua maioria adolescentes que estudavam em escolas próximas à rádio – escrevia na hora, em folhas arrancadas dos cadernos, um número de cartas suficiente para superar a quantidade de correspondência exibida pelo “sertão”. Como se nota, ainda não havíamos assumido nosso lado ligeiramente caipira. Cuiabano foi um ícone do sincretismo entre o urbano e o caipira em Rio Preto. Com o irmão, Antonio, formou a dupla “Campanha e Cuiabano”, que começou se apresentando na