VOTO A VOTO
D
ia de eleição era dia de ouvir rádio e trazer de volta velhas lembranças que pareciam mais antigas que os acordes ufanistas da marcha Paris-Belfort, o hino da revolução paulista de 1932, que, a partir dos anos 1960, serviu como prefixo da cobertura eleitoral da rádio Independência. Era dia de eleição, dia em que Rio Preto elegeu para prefeito o Dr. Wilson Romano Calil, em disputa histórica contra o também médico Lotf João Bassitt. Na época, as eleições eram realizadas no feriado da Proclamação da República, e o leitor não deve estranhar que os dois principais candidatos pertencessem ao mesmo partido político – a Aliança Renovadora Nacional (Arena). Explica-se: as sublegendas foram o casuísmo arrumado pelo regime militar para acomodar todos os políticos nos dois únicos partidos permitidos, a Arena e o MDB. A Independência, fiel à sua tradição de coberturas eleitorais, distribuiu seus repórteres e locutores pelos colégios onde funcionavam as seções eleitorais e os incumbiu de transmitir boletins durante todo o dia, informando o número de eleitores