O XERIFE QUE VEIO DE ARGUS
J
á houve tempo, acredite, em que os programas policiais no rádio chegavam a ser espirituosamente engraçados pelos relatos do primeiro repórter especializado nessa área de cobertura em Rio Preto: J. Ravache. Nascido José Ravache de Camargo, em Piracicaba (SP), proclamava-se natural de uma pequena estrela da constelação de Argus, mas, muito mais do que um ET, parecia mesmo um personagem de John Wayne imune ao calor de 40 graus desta boca de sertão. Ele andava com chapéu de abas largas, terno escuro, colete, camisa branca mostrando os punhos adornados por abotoaduras douradas, gravata borboleta, corrente prateada pendendo do relógio de bolso, botas com o cano longo recoberto pela calça... Ah, é claro, e um reluzente Smith & Wesson recheando um coldre de couro preso a um cinturão no qual se enfileiravam as balas calibre 38. Não era bem um repórter policial; era mais um policial repórter, como o definiu, certa vez, Dinorath do Valle, tal a promiscuidade de suas relações com as fontes. No entanto, em