O AMIGO DO BEM-TE-VI
S
anto Beluci já passou dos 60 anos de carreira no rádio, mas até hoje a mesma espontaneidade transpira em todas as suas falas nos programas que apresenta, ajudando-o a compor um estilo único, inconfundível, recheado de matutice e temperado com a desconfiança e a timidez tão próprias de todos nós, os caipiras. Pertence à geração dos modernos comunicadores ditos “sertanejos”, sendo o sucessor de uma estirpe em que pontificaram nomes como Cuiabano, Véio Tatau, Silveira Coelho e alguns outros com quem convive e ainda vive disputando audiência. Ajudou a levar a música sertaneja para a FM e introduziu os hilários “diálogos” com frases de pessoas reais, pinçadas de trechos de entrevistas normalmente concedidas aos repórteres policiais da Independência, como esta fala pronunciada em tom choroso por um marido abandonado que se queixou na polícia das desfeitas da amada: — Foi uma maldade que ela me praticou. Eu já nem tô me alimentando direito.