Fotos: Fernando Siqueira
Doutrina
Museu Judaico, uma nova matriz com princípios de diversidade, resistência e atualidade. Um espaço para manter vivas memórias e tradições num diálogo com a cultura brasileira e a arte contemporânea
Museu Judaico de São Paulo
HISTÓRIAS TRANÇADAS Por Paula Santana
Foram vinte anos de planejamento, fruto de uma mobilização entre a sociedade civil. Revitalização, restauração, modernização e se fez o Museu Judaico de São Paulo, recém-inaugurado, no antigo prédio do templo Beth-EL, uma das sinagogas mais antigas da cidade, no bairro da Bela Vista. Um reconhecido presente para a comunidade judaica, que tem presença em solo brasileiro desde o século XVI. Com narrativas diversas, o local trata da história de um povo com trajetória milenar ligada também à força da comunidade em Recife e ao judaísmo amazônico, exemplos 146
de reverberações locais que, por mais que se diferenciaram em alguns pontos ao longo dos séculos, compartilham a mesma originalidade. Ao mesmo tempo, há o incentivo de produções artísticas contemporâneas ao promover o diálogo profícuo da cultura brasileira e da arte contemporânea. É um museu conectado a seu tempo, mas que reverencia o memorial histórico – como um talit com mais de 150 anos e talheres vindos de um campo de concentração, além de numerosos documentos e objetos – junto às produções atuais.