S I M O N E P O S S A S F O N TA N A
A FUGA Está na mídia e não sai dos meus pensamentos, a imagem das pessoas deslocando-se, movendo-se, fugindo, batendo retirada de seus lugares de origem, atravessando fronteiras, fugindo da fome, da guerra, do desemprego, da escassez de saúde, educação, infraestrutura e emprego. E eu aqui, neste país tropical e abençoado por Deus, fazendo torcida para que nossos governantes saibam cuidar das finanças e economias desta nação. Quem me dera ver o encolhimento das despesas públicas como fim do cartão corporativo, redução da quantidade de ministérios, assim como do número de cargos auxiliares! Não deveria haver cargo por indicação; mas através de concurso para trabalhar nos órgãos públicos, em todos os níveis: federal, estadual e municipal. Quem me dera ver os políticos trabalhando pelo bem da comunidade e não para encher os próprios bolsos! E se reduzíssemos seus salários pela metade? Certamente permaneceriam apenas os que querem trabalhar em prol da sociedade. Quem me dera ver meus irmãos brasileirinhos serem atendidos em hospitais e postos de saúde equipados, sem filas e com equipes de médicos e enfermeiros treinados e bem remunerados! Quem me dera ver as escolas públicas ensinando como há quarenta anos, quando, além dos textos dos livros, instruíam lições de cidadania, a respeitar os adultos, aos professores, aos pais, enfim, moldavam com firmeza e dignidade, a índole dos jovens com a finalidade de formar adultos de bom caráter. Quem me dera ver o homem do campo ser devidamente recompensado pelo esforço de sol a sol, com preços moderados no maquinário, na semente e no adubo, assim como com preço justo ao vender sua produção. Quem me dera ver cidades com ruas sem buracos, bairros iluminados, casas com luz elétrica e água encanada, esgoto, recolhimento de lixo, enfim, infraestrutura básica em funcionamento. Quem me dera ver o fim dos conflitos, o fim do desemprego, o fim da violência, o fim do tráfico, o fim de furtos, roubos e assaltos.
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