ANTÓNIO JOSÉ BARRADAS BARROSO
A VIDA... Sou culpado, é certo, negar não posso, Por muito amar a vida, tanto a gente, Como o ar que se aspira, o chão que é nosso, Ou os perfumes que sorvo, lentamente. E nem mesmo o vendaval, em alvoroço, Tentando transformar o que a alma sente, Consegue calar todo o amor que eu ouço Nesse vento que sopra, permanente. Se a vida foi madrasta, traiçoeira, Por vezes, falsa, outras, verdadeira, Tão cheia de ciladas, de perigos, Recompensou-me, agora, em demasia. Não pode haver melhor, em cada dia, Que ter, à minha volta, bons amigos.
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