M A RC OS C OSTA F IL HO (ORG.)
MARSEILLE ...o sangue não morre... Eram quase 19 h e o entardecer estava agradabilíssimo naquele verão mediterrâneo. O vento havia serenado. O sol ainda estava presente, mas as pessoas já andavam mais calmas pelas ruas. Era domingo e a noite que se aproximava já acenava com suavidade, fazendo crer que haveria ainda momentos que propiciariam o descanso da alma até o encerramento daquele dia. Eu estava faminto. Minha única refeição do dia havia sido o café da manhã no hotel e já era a hora do jantar. Passei em frente a vários restaurantes até que avistei o Restaurant La Maison Blanche. Como o menu estava exposto junto à porta, constatei que um entrecôte grillée, acompanhado de vegetais, era servido. Não tive dúvidas e acomodei-me no La Maison em uma daquelas mesas dispostas na calçada, algo tão comum em Marseille e em toda a França. Após pronto e atencioso atendimento, encaminhei o pedido e pus-me a descansar e observar o movimento em volta. Já relaxado, comecei a recordar os acontecimentos dos dias anteriores. Aquele era o meu terceiro dia em Marseille. Eu havia chegado na sexta-feira no começo da tarde, quando então iniciei o meu roteiro. Fora agradável andar pela La Canebière, avistar o Palais de la Bourse, entrar na Église Saint-Vincent-de-Paul, retornar à La Canebière, acessar e caminhar pela Rue de Rome, até a Place Castellane para avistar a Avenue du Prado. O ambiente destas ruas e avenidas era complexo e difuso. A grande diversidade étnica presente chegava a causar perplexidade em certos momentos pois, de certa forma, tais etnias guardavam aspectos definidores de suas culturas. A África representada por seus trajes multicoloridos, as mulheres do Islã com seus véus, além de turistas, notadamente de outras regiões da Europa, com vestimentas leves e circulando intensamente. No sábado eu retomei o roteiro, no entanto com uma trajetória expressivamente mais longa. O vento era intenso e em certos momentos era difícil até manter o equilíbrio ao caminhar. O primeiro lugar que visitei foi a Quai du Port, no próprio Vieux Port. Após esta parada, subi pela Rue de la Prison até alcançar o L’Hôtel de Ville. Após apreciá-lo em sua imponente arquitetura, parti pela Grand’Rue e cheguei à Rue de la Republique, esta 166