M A RC OS C OSTA F IL HO (ORG.)
CHUVA NA JANELA A tarde é comprida, sombria e morna. É verão. A chuva, miúda e intermitente, que bate na janela, antes de ser incômoda, aviva o fogo da paixão. Aos amantes não importa se é uma procela, ou é uma chuva rápida, própria da estação. De fora, o cinza da tarde, se pintado em tela, até pode arrefecer qualquer sentimento ou ação. Mas dentro, na penumbra, a paisagem é bela. E assim, muito intenso o amor se fez, jorrando das cataratas da perene paixão, como há muito se repete, com toda a fluidez, no mesmo ritmo sincopado de cada coração, que no momento, em uníssono, outra vez, acertaram o compasso com o mesmo diapasão!
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