DISCURSO DE POSSE DO ACADÊMICO DANIEL BLUME NA CADEIRA N. 15 DA ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS, EM 02.12.2021 “Grandes coisas fez o Senhor por nós, pelas quais estamos alegres.” (Salmo 126-3) –I– Senhor presidente da Academia Maranhense de Letras. Senhor presidente do Tribunal de Justiça, na pessoa de quem saúdo as autoridades que hoje me honram com suas presenças. Acadêmicas e acadêmicos desta centenária Casa de Antônio Lobo, aos quais, novamente, agradeço pela minha eleição para ocupar a Cadeira n. 15, cujo patrono é Odorico Mendes e os meus antecessores, respectivamente, Godofredo Viana, Silvestre Fernandes, Erasmo Dias e Milson Coutinho. Minha família. Meus amigos do Maranhão e de fora do Estado. Senhoras e senhores, presencial ou virtualmente, nesta solenidade literária. Hoje é o tempo que bate na porta. É mesmo de leite condensado a lembrança mais longínqua de minha educação. Falo daquela salada doce de frutas preparada pelos próprios alunos da então “Escolinha João e Maria”, sob os olhos atentos das professoras, com carinho de tia. Tempo em que Cristina, Dulce e Mercedes ainda davam os primeiros passos que chegariam ao consagrado “Colégio Literato”, onde estudei até o científico. A elas devo muito do que sou. Naqueles tempos de escola [e lá se vão mais de quatro décadas], nunca, imaginei que ingressaria neste importante sodalício. Nem ousei sonhar. Mas estava sendo preparado. Aqui destaco os meus pais, Sonia e Djalma. Não trato apenas da formação de minha personalidade. Não cuido apenas do incentivo aos meus estudos. Falo do exemplo caseiro (e cotidiano) do amor pela escrita e pela leitura, além da busca pela realização e pela conquista positiva. Basta dizer que — pela primeira vez na história desta casa fundada em 10 de agosto de 1908 — uma mãe fará, nesta tribuna de honra, o discurso de recepção de um filho como membro efetivo e confrade da Academia Maranhense de Letras. – II – Pois bem! Sei que, ao longo da minha existência, sob a condição de acadêmico, terei a missão de manter perenes as memórias e as obras de Odorico Mendes, Godofredo Viana, Silvestre Fernandes, Erasmo Dias e Milson Coutinho. Optei em não descer a minúcias para não me tornar sobremodo extenso nestes tempos líquidos, até porque estamos em sede de um discurso. Porém, não posso descurar-me da tradição, nem abrir mão do prazer de falar do patrono e dos ocupantes da Cadeira n. 15 da AML, dos quais conheci pessoalmente Milson Coutinho.