nortearam a criação desse órgão de Alta Administração do país, e no qual se centralizavam todas as atividades da Aviação nacional. O parágrafo único do Artigo 3º prevê que o Ministro disporá de um Gabinete como órgão de auxílio pessoal. Estão ligadas diretamente ao Ministro, as chefias de todos os Órgãos da Alta Administração – Estado-Maior da Aeronáutica, Diretorias-Gerais, Zonas Aéreas e Comissões Especiais. Evidentemente, cabia ao Ministro a responsabilidade pelas atividades-meio e pelas atividades-fim, e nas ligações diretas com o Ministro observase uma concentração de atividades na pessoa dessa autoridade. Essa dependência fazia com que cada autoridade, estimulada ainda pelo senso de responsabilidade, acabasse por desenvolver um alto grau de concentração administrativa, que se acentuava quanto mais elevado era o grau de sua capacidade decisória. Um acentuado autoritarismo do chamado Estado Novo, em cuja plena vigência nasceu o Ministério da Aeronáutica, característica que aumentava de muito a amplitude das capacidades decisórias, naturalmente haveria de se ampliar na alta esfera administrativa de um Ministério novo. Outro fator contribuinte para aquela concentração administrativa foi a falta de pessoal para os problemas de Alta Administração na Aeronáutica, principalmente os de Força Aérea. Ao se separar dos Ministérios da Marinha e da Guerra (Exército), a Aviação viu-se limitada em elementos de alto escalão, pois funções como a de Estado-Maior Geral, Alta Direção etc. eram desempenhadas nos Ministérios de origem por pessoal que não se transferiu para a nova Pasta, por estarem em atividades outras que não as de Aviação. – Expansionismo Ocorrido após a Segunda Guerra Mundial Nos anos seguintes ao término da Segunda Guerra Mundial (maio de 1945), alguns outros fatores tiveram influência acentuada na condução dos destinos da Aeronáutica. No campo militar, em que a FAB se viu envolvida no grande conflito, limitaram-se a um reduzido campo de operações. No Atlântico Sul, as ações ficaram restritas a um tático combate anti-submarino e, na Itália (Teatro de Operações do Mediterrâneo), concentraram-se ataques táticos a objetivos terrestres. Assim, do ponto de vista essencialmente operacional, sentiu-se logo a falta de pessoal preparado para o trato de problemas mais amplos. Também o recebimento das várias instalações militares de Aviação, deixadas pelos norte-americanos em nosso território, evidenciou por demais a carência de pessoal. Desses fatores, redundou um dos graves problemas que haveria de persistir no segmento militar da Aeronáutica brasileira: uma atenção fixada no campo tático 55
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