A primeira razão foi o fato de que as iniciativas civis da Aviação deveriam se desenvolver no campo da iniciativa privada, segundo a Alta Política estabelecida desde o início da própria Aviação, embora estas atividades contassem com subsídios consideráveis no começo. A segunda razão prendeu-se à evidência, observada desde os primeiros vôos, de que o avião seria a grande arma do futuro, o que dava à Aviação Militar uma alta prioridade nas preocupações do Estado. Quanto à Aviação Civil, aquela Lei de Organização previa como uma das missões básicas do Ministério a de “orientar, desenvolver e coordenar a Aeronáutica Civil e Comercial”. Para se desincumbir desta missão, o Ministério contava com a Diretoria de Aeronáutica Civil, encarregada “das questões legais, técnicas e administrativas relativas à Aeronáutica Comercial e Desportiva” (Artigo 19 do referido Decreto-Lei). Por outro lado, o Regulamento do Estado-Maior dava como competência desse órgão “coordenar e orientar a ação dos comandos territoriais, das diretorias e chefias de serviço em assuntos relacionados com a Força Aérea Brasileira” (letra “c” do Artigo 1º do Decreto nº 22.429, de 11 de junho de 1947, que aprovou o Regulamento do E.M.Aer.). Nesta competência está implícita a idéia básica em que se assenta o Ministério da Aeronáutica: uma integração de esforços, visando a uma maior racionalidade no aproveitamento dos meios para benefício da Aviação Civil e Militar e, numa visão mais ampla, ao fortalecimento do Poder Aéreo pela simplificação dos vasos de interligação entre os diversos elementos deste Poder. (A supervisão da Diretoria de Aeronáutica Civil é um exemplo, pois coloca prontamente todos os dados dessa grande reserva à disposição do E.M.Aer.). – O Preparo da FAB Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1945, o Estado-Maior da Aeronáutica voltou-se para o problema básico do Ministério: o preparo do pessoal da FAB. A Força Aérea Brasileira, nascida com o Ministério em 1941, ver-se-ia logo, em 1942, envolvida com os problemas da Segunda Guerra Mundial, da qual o Brasil começou a participar naquele ano, em face dos repetidos ataques de submarinos aos seus navios, às suas portas. A seguir, somaram-se as preocupações com a futura participação no Teatro de Operações do Mediterrâneo. Dentro desse quadro, é natural que até o final da Guerra não tivesse havido nem tempo nem outras condições para enfrentar, com profundidade, o problema da formação de pessoal e manutenção de seu preparo. Para tarefa de tal vulto o E.M.Aer. contava com reduzido efetivo de oficiais qualificados: alguns poucos que haviam concluído o curso da Escola de 85
Pacote 3A.p65
85 Preto
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