LiteraLivre Vl. 5 - nº 29 – Set./Out. de 2021
Paulo Cezar Tórtora Rio de Janeiro/RJ
Companheira Quando a desventura assaltar teu peito trazendo-te à alma a incerteza e o temor, busca um refúgio tranquilo e insuspeito, chora baixinho, sem pejo ou rancor. Seja o sofrimento que te aniquila o passaporte para a redenção, moldando teu espírito na argila da coragem e da resignação. Chora. Verte tuas lágrimas sinceras ansiando em silêncio por primaveras que renovem tua crença combalida. E afeiçoa-te a esta nova companheira ― A dor... ― indesejável carcereira que há de seguir-te por toda a vida.
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