LiteraLivre Vl. 5 - nº 29 – Set./Out. de 2021
Sérgio Soares Simão Pereira/MG
Doutor Jota Brasilino: a história do homem que copiava Entrei na venda do Geraldo para pegar uns mantimentos e, enquanto esperava o vendeiro separar as encomendas, assisti na TV a notícia sobre uma denúncia de plágio em material entregue aos alunos de uma Rede de Ensino que, por conta da pandemia, foram obrigados a acompanhar as aulas através de apostilas e aulas dadas pela TV. Fiquei chocado e revoltado com a matéria e, não me contendo, soltei um sonoro palavrão que causou risada no Geraldo e nos frequentadores que estavam na venda, chamando até a atenção do Professor Pandolfo que, sentado numa mesa ao fundo, me convidou para sentar com ele. Vendo minha indignação com o ocorrido, o bom e velho Professor decidiu me contar que mesmo Prosperidade, sendo uma pequena cidade do interior, já tinha sofrido com uma situação parecida com a relatada na notícia. Tudo começou quando chegou à cidade, vindo da capital, um tal Doutor Jota Brasilino, “Especialista” encaminhado pelo Governo Central para remodelar o material pedagógico utilizado pela Rede Municipal de Ensino. O forasteiro chegou ostentando um currículo que, além de extenso, era recheado de títulos e honrarias que bastaram para convencer do Prefeito às Diretoras das Escolas a aceitar, como verdade absoluta, tudo que o “especialista” dizia, por isso não tardou
para
que
todos
os
cadernos
pedagógicos
da
cidade
estivessem
atualizados, com as obras assinadas pelo ilustre Doutor. Tudo ia bem até que uma sabida professora da cidade, Dona Fatinha, percebeu algo de errado no material oferecido aos alunos. Em um dos cadernos havia uma citação, que chamou a atenção da professorinha. Na abertura de um dos conteúdos estava assim grafado “Feliz aquele que transfere o que sabe, e aprende o que ensina”, Jota Brasilino. Dona Fatinha sabia que já tinha visto
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