LiteraLivre Vl. 5 - nº 29 – Set./Out. de 2021
Carlos Eugenio Vilarinho Fortes Palmeira das Missões/RS
Nicodemos Anos 1980. No finalzinho. Não havia
Nada
defensoria pública na Comarca. E em
peculiaridade. Sua marca. Porém, a
lugar nenhum. Aos réus pobres eram
par
designados defensores dativos. A cada
Inconsequente. Mais tarde, na vida,
caso
pela vida, por esta vida, bandido.
o
Juiz
nomeava
Normalmente.
um
sempre um
uma
ingênuo.
Pois bem. Entre tantas que fez, certa
Ganhava-se
ocasião Nicodemos caiu preso, em
experiência, era o argumento. O que
flagrante, acusado de furto. Furtara,
não deixava de ser verdade.
desta vez, um banco de automóvel,
Naqueles dias. Já se falava nos altos
que havia sido de um fusca, e que
índices de criminalidade. Embora nem
agora ornava a varanda do vizinho.
façam sombra aos de hoje. Os delitos
Vizinho
mais
contou que cobiçou por meses o
mais
comuns
novos.
eram
os
dada
disso,
E
aos
advogados
Atribuição
defensor.
demais.
contra
a
dele,
banco.
pequena monta. Havia uma legião de
acomodar as visitas. Foi pego. Antes
larápios na cidade. Conhecida da polícia
de conseguir esconder a res furtiva.
e da justiça. Freguesia de caderninho.
Chapado. Na madrugada. Ajeitara a
Entre
‘conquista’ no fundo do pátio. Da sua
Nicodemos.
O
nome,
usava
casa.
Alto e magro. Ousado e imprudente.
Acomodou-se, e dormiu. A polícia o
Figurinha
prendeu assim. Ali. Antes de clarear o
talvez
pela
Mesmo
extroversão,
tinha
jovem, certa
uma
para
singular. A figura, idem. Vinte anos. Se. carimbada.
Sob
vizinho
Depois,
propriedade. Notadamente o furto de
estes,
O
Nicodemos.
pitangueira.
dia. Dormindo a lo largo.
fama. Tinha histórias. Nada de grave.
O réu não ficou preso. A prisão em
Pequenos furtos. Tráfico miúdo. Para
flagrante foi relaxada e ele posto em
prover o próprio pito. Algazarras. Brigas.
liberdade. Consideras as condições.
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