LiteraLivre Vl. 5 - nº 29 – Set./Out. de 2021
Guilherme Giublin Curitiba/PR
A decisão de Luciana
Luciana, virgem casta até na boca, via a cena que transcorria sob as primeiras horas dos raios ainda tímidos do sol, numa praia de areia barrenta e mar lodoso. Em meio a areia, parecendo desnudos de qualquer tipo de vergonha, um casal tão jovem e bonito quanto a vouyer inocente, estava a ponto de começar o sexo. Ele, com seu membro ereto, percorria toda a virilha e o pubs da moça, que por sua vez se retorcia e gemia. Pensamentos confusos vinham a mente da virgem, o que era natural, já que nunca nem sequer havia visto algo parecido, apenas tinha ouvido falar, mas sem muito interesse. Ela sentia surpresa: como poderia duas pessoas, fazerem isso fora de sua cama em seu quarto? Sentia raiva: eles não tinham o direito de estragar a sua pureza com atos desmedidos e ofensivos. Sentia asco: como a jovem poderia deixar o rapaz passar o seu pênis nela? Sentia calor: um formigamento quente invadia todo o seu interior. Sentia-se mal: estava ofegante e com uma leve taquicardia. Sentia desconforto: sua calcinha estava úmida. Luciana fez menção de ir separar os tarados, mas parou, pois não sabia como abordá-los. Deveria dizer simplesmente que fossem para suas casas? Quem sabe chamar alguma autoridade, talvez o salva-vidas? Será que conseguira fazer isto sem ficar vermelha
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de vergonha? A resposta era não e ela sabia, já que mal podia se mexer, imagine tornar pública a sua vergonha. Sim, sua vergonha e não deles. Eles não teriam nada a perder, ela, porém, teria tudo: sua dignidade. Definitivamente era melhor não tentar impedir o casal. Então resolveu ir embora, mas novamente não passou de intenção. Talvez uma criança ou uma senhora fossem para lá depois dela e vissem aquilo tudo. Uma senhora morta de vergonha ou uma criança para sempre traumatizada com sua pureza maculada como a dela já tinha sido, só que uma coisa é ter a pureza maculada com vinte e dois anos, outra com oito, nove, dez... Definitivamente tinha que permanecer onde estava e impedir isso. Mas como? A medida que seus sopros de calor, sua taquicardia e humidade vaginal aumentava, na mesma proporção aumentava o asco e raiva. Sentimentos opostos andavam lado a lado no corpo da jovem que, entretanto, achava que eram semelhantes. O calor e a taquicardia eram pela vergonha certamente, o mais difícil de explicar era a calcinha, mas ela achou um jeito: de nervosismo tinha deixado alguma urina sair sem controle, o que também explicaria a sensação de calor na região. Assim que achou essa desculpa, parou de