Que se abram as portas do futuro, que um dia chegará
Já fui uma. Uma só sobre todas, uma que brincava e ria, que com orgulho era diferente. E olhava a janela e via onde estava tudo, e lá chorava
e
ria
e
deixava
os
sentimentos. O mundo era grande e cheio de gente, verdade que uns eram maus, agentes do medo e da vergonha (e pena que esses tanto me influenciaram, e vergonhas me tomaram), mas havia também tantos amigos que faziam o tempo parecer de
ouro
e
que
faziam
minhas
gargalhadas imparáveis. E a música que tanto mais me controla, ela era doida e louca, e cada letra e melodia, que animação. Mas tanto tentei acertar, sem errar e reprimir o que de errado estivesse, que por vergonhas nunca saísse daqui de dentro, ora pois vergonhas dentro entrasteis para muitos anos vos abrigar. Agora sou múltipla. Um dia parti-me e elas agora são muitas na confusão. E só discutem! E é uma em cada língua! E não há tradutor. Há uma que só chora! - Essa é forte e contamina as outras. E ganha sempre, e a janela já não é grande o suficiente para suportar tudo, a emoção transborda e é incontrolável! Também há uma muito alegre a quem tudo faz rir, parecida com aquela de outros tempos,
PORTUGUÊS – 2020/2021
29