Quero ser para sempre apenas um “miúdo”
Nem sempre é fácil escrevermos sobre nós próprios. O outro, amigo ou familiar com quem convivemos e partilhamos o nosso dia a dia, as nossas frustrações, as nossas emoções, alegrias e tristezas, é capaz de nos retratar e definir de uma forma mais imparcial e objetiva. Mas, numa outra perspetiva, o que é difícil para nós, também poderá tornar-se um desafio e, por vezes, é importante pararmos um pouco para refletirmos sobre o nosso percurso quer a nível pessoal, quer a nível académico. Em relação ao meu passado, penso que pode ser caracterizado como “normal”. Fui o típico rapaz amante do desporto, bem-disposto, ansioso por ser adulto, mas frustrado quando alguém dizia que estava na hora de terminar a brincadeira. A minha infância foi de altos e baixos, contudo, as alegrias superaram as tristezas, embora houvessem momentos de grande angústia. A morte do meu avô materno marcou-me profundamente e foi difícil lidar com a perda. Embora o episódio tenha acontecido no passado, ainda hoje me perturba, apesar de a mentalidade ser diferente e também ser diferente a forma como, atualmente, encaro as situações. A pessoa que sou hoje não difere muito daquela que fui outrora. Sigo com os mesmos gostos e feitios, mas marcado por dúvidas que fui criando à medida que fui crescendo e formando a minha personalidade. Crenças, ideologias e comportamentos são hoje fatores que ocupam a minha mente, ficando
PORTUGUÊS – 2020/2021
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