Havana, 2000
Fui apresentar um trabalho num congresso em Havana no ano 2000. Na viagem de ida, encontrei com a Marta e a Patrícia, professoras de cursos de Biblioteconomia do Paraná. Ficamos alojadas num ótimo hotel, onde se realizava o Congresso. Quando cheguei no quarto, encontrei, em cima da cama, um bilhete da camareira se apresentando e pedindo pasta de dentes, sabonete e qualquer coisa que eu pudesse deixar para ela. Nessa época, faltavam muitas coisas em Cuba. Largamos as malas e fomos dar uma volta na parte restaurada da cidade velha. É um belo conjunto arquitetônico de pequenas casas, praças e muito movimento na rua. Os cubanos são alegres e expansivos. Música para todo o lado. Uma das coisas que me chamou a atenção quando cheguei foram os carros dos anos 50 e 60, relativamente bem cuidados, andando pela cidade. Os táxis faziam viagens coletivas. Fizemos algumas e conversamos com os cubanos que estavam no carro. Apesar das dificuldades do dia a dia, ninguém falou mal do governo. Fomos visitar uma das fábricas dos célebres charutos cubanos. As operárias que enrolavam os charutos eram todas mulheres. O cheiro era maravilhoso. Andamos pelo Malecón, a avenida beira-mar. É um dos centros nevrálgicos de Havana, onde se encontra gente pescando, namorando e conversando. Fomos também comer na Bodeguita del Medio, frequentada por Hemingway e outros escritores e atores. A comida é excelente, assim como o mojito. Sempre tem música ao vivo. Este restaurante ficou fechado por muito tempo depois da revolução. Allende foi um dos responsáveis por sua 196