LiteraLivre Vl. 6 - nº 31 –Jan./Fev. de 2022
Neuza Batista Dias Giacometti Santos/SP
Reminiscências A montanha, em anguloso perfil desde a base em sombras e formas nessa geografia de ancas, sugere desfigurada uma súbita configuração, uma incógnita As cachoeiras borbulhantes e crespas, o dorso e a lateral em feitio de um rosto e as pedras dos rios, os seus estreitos em corredeiras ora se alagam em densos poços ora são excessos sobre demarcações ou alambrados, que se dispersam aparentemente rasos onde se afogam em seus comentários poetas desavisados que submergem duros dentro de uma teia na boca do álveo leito abissal Abstraio em puro desbunde e fúria – Eu aranha em arte e entrecho Entendo de águas sem friúmes, também sou mulher baixeira, sou rendeira tropicante e depois lavo o cascalho diamantífero Surpreendo numa bancada distinta, ou me acomodo à almofada de bilro com o enredo intrigante e a seda saindo da glândula, a vida inchando esse abdome, organismo que sem trégua povoa esse canto restrito que representa outras estâncias Deixo-me quieta, os olhos revirados perdida do que não penso, a aranhuçu e a sua trama sua urdidura; os côncavos sem preocupação com a casual estética natural, fêmea fecunda ou criança que urde e dança ou tece as horas do dia e se alimenta das suas típicas alegrias Sem presságios, sem ornatos, sem mais nem menos, sem. Sem suspeitas em semblantes. Sem que eu me entenda, incorporo uma ilusão e a replico, ameno e me ocupo dos pequenos E os miúdos saem das nossas entranhas ou naturalmente emergem do fundo de um poço e escalam a pedra do lajeado e se deitam
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