LiteraLivre Vl. 6 - nº 32 – mar./abr. de 2022
Nercy Grabellos Rio de Janeiro/RJ
Colóquio entre duas almas Num recanto de luz duas almas conversavam ao modo dos que desencarnam, devemos usar nossa imaginação para identificá-las pois no outro mundo a nossa nomenclatura e símbolos não tem serventia. — O criador permitiu que eu visitasse os meus queridos. Fiquei encantada em vêlos tão bem! Já estão conformados com a minha ausência, lembram dos momentos que estivemos juntos com carinho. — Foi uma graça divina! Eu também pude visitar os meus amados netos e bisnetos. O meu filho já desencarnou, apesar de minha pouca convivência com ele na vida terrena aqui somos muito próximos, estamos numa comunhão que jamais imaginei. Na vida terrena, devido ter-me separado da mãe dele, pouco nos conhecemos. Somente na minha idade avançada, foi possível procurá-lo, conhecer a esposa dele e os filhos. — A família que lá deixei deu continuidade aos meus projetos da vida terrena. Penso que criei bem meus filhos e netos. A minha missão foi cumprida! — Eu tive alguns tropeços, você sabe...minha vida sempre foi complicada. Acho que errei tentando acertar, meus descendentes, ao contrário de mim, levam uma vida regrada, tem princípios... — Penso que todos erram tentando acertar, você fala em tropeços, trata-se de enganos que cometemos em relação as nossas escolhas. Posteriormente você resgatou as suas pendências e cumpriu a sua missão com dignidade! — Nós não pudemos ficar juntos, eu fiz você sofrer, fiquei cultivando um sentimento que eu sabia que não daria certo, a minha vida nunca mais foi igual, juntos, nos incentivamos um ao outro, eu tinha um lenitivo, depois fiquei
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